Em 5 anos, computadores
poderão ver, cheirar e sentir
Hendrik Hamannpes,
da IBM, examina os sensores que detectam condições ambientais
Hendrik
Hamannpes, da IBM, examina os sensores capazes de detectar as condições
ambientais
Os computadores devem se
tornar capazes, nos próximos cinco anos, de imitar o ser humano e começar a
ver, ouvir, cheirar, tocar e ter paladar. Essa é a previsão da IBM, que lançou
nesta segunda-feira a sétima edição do "IBM 5 in 5", lista anual que
mostra cinco inovações que terão potencial para mudar a forma com as pessoas
trabalham e vivem em um período de cinco anos.
Nas
previsões deste ano, a IBM descreve a "era dos sistema cognitivos", e
acredita que a nova geração de máquinas será capaz de aprender, se adaptar,
sentir e experimentar o mundo como ele realmente é. As apostas da IBM são
baseadas no mercado e na sociedade, bem como no trabalho realizado nos
laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, que podem tronar essas
transformações possíveis.
"Assim
como o cérebro humano se baseia na interação com o mundo usando múltiplos
sentidos, fazendo combinações dessas descobertas em conjunto, os sistemas
cognitivos vão trazer ainda mais valor e conhecimento, nos ajudando a resolver
alguns dos desafios mais complicados", avalia o vice-presidente de
inovação da companhia, Bernie Meyerson, em comunicado. No projeto, cinco
cientistas diferentes pensaram em cada uma das tendências. Veja quais são as
apostas da companhia para os próximos cinco anos:
Toque
A
IBM acredita que em um futuro próximo os usuários vão ser capazes de sentir
texturas ao tocar a superfície de uma tela. Os cientistas da empresa já
desenvolve aplicações para a saúde, varejo e outros setores que usam
tecnologias como sensibilidade a pressão, infravermelho e vibração para simular
o toque, como a textura e trama de um tecido, por exemplo. Essa tecnologia pode
ter aplicação na compra de produtos online ou em desenvolvimento de games.
"Esta tecnologia irá tornar-se onipresente em nossas vidas cotidianas,
transformando telefones celulares em ferramentas de interação natural e
intuitiva com o mundo ao nosso redor", diz a empresa.
Visão
Atualmente,
as fotos e vídeos que colocamos em computadores só são compreendidos pelo texto
ou rótuilos que damos a eles. O conteúdo real da imagem é um mistério para as
máquinas. Isso, prevê a IBM, deve mudar em cinco anos. "Os sistemas não só
serão capazez de olhar e reconhecer o conteúdo de imagens e dados visuais, como
eles vão transformar pixels em significado, começando a fazer sentido de forma
parecida à maneira como os humanos veem e interpretam uma fotografia",
prevê a companhia, com impactos importantes na saúde, agricultura e varejo.
A
análise de itens como cor ou padrões textura por computadores pode ajudar a
interpretar resultados de uma quantidade gigantesca de informações médicas,
como resultados de raio-X, resssonância magnética ou tomografias. "Ao ser
treinado para discriminar o que procurar em imagens - como diferenciar tecido
saudável do doentes - e correlacionar com registros de pacientes e com a
literatura científica, os sistemas que podem "ver" vão ajudar os
médicos a detectar problemas com precisão e velocidade muito maiores.
Audição
Outra
previsão da IBM para os próximos cinco anos diz que os computadores serão
capazes de detectar e interpretar elementos de som como pressão sonora, vibrações
e frequências. Isso pode ajudar a prever quando uma árvore vai cair em uma
floresta ou quando um deslizamento de terra é iminente, por exemplo.
Os
sistemas do futuro também serão capazes de reconhecer a fala de um bebê,
interpretando a tentativa de comunicação, relacionando os sons com informações
fisiológicas, e indicando a mensagem que ele quer passar: fome, calor, cansaço
ou dor. Além disso, esses sistemas poderiam aprender a sentir humor,
identificando aspectos de uma conversa, analisando tom e hesitações para ajudar
a ter diálogos mais produtivos em call centers, por exemplo.
Sabor
A
tecnologia que quer fazer com que computadores sintam sabores pode ajudar as
pessoas a comerem de forma mais inteligente. Hoje a IBM já desenvolve um
sistema que quebra os ingredientes para o seu nível molecular. A relação da
química dos alimentos com a psicologia por trás dos sabores e cheiros que os
humanos preferem pode no futuro ajudar chefs a criarem novas receitas e
combinações de sabores.
Outra
aplicação de um sistema é a possibilidade de usar algoritmos para determinar a
estrutura química precisa de um alimento e detectar por que as pessoas tem
preferência por certos sabores. O exame de como esses elementos interagem, da
complexidade do aroma e as estruturas que os ligam podem ser usados para prever
o apelo de novos sabores. Isso poderia ser aplicado também criando combinações
que façam um prato formado por vegetais tão saborosos quanto batatas fritas, ou
ajudando pessoas com necessidades alimentares, como diabéticos, a manterem o
nível de açúcar no sangue sem ter que abrir mão do sabor doce.
Cheiros
A
análise de odores em pequenos sensores embutidos em celulares ou computadores
vão detectar se um ser humano está desenvolvendo uma gripe ou outra doença. Ao
analisar o cheiro da respiração de uma pessoa, em cinco anos os sistemas podem
diagnosticar e monitorar o aparecimento de problemas no fígado ou nos rins,
diabetes ou asma somente detectando que odores são normais e quais não são.
Atualmente,
a IBM já monitora condições ambientais para preservar obras de arte, e essa
inovação pode começar a ser usada para aumentar a higiene em hospitais,
eliminando bactérias resistentes a antibióticos. A companhia afirma que nos
próximos cinco anos vai "cheirar" superfícies para determinar se os
quartos de um hospital foram higienizados ou não.
Fui: Té + a gente se fala!
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